Meses se passaram desde que a jovem viajante partiu, e a vida de Elias seguiu como de costume, com seus consertos e sorrisos distribuídos a quem precisasse. No entanto, algo mudara. O sapateiro, sempre dedicado aos outros, começou a sentir uma inquietação, como se uma parte dele também desejasse aventurar-se além das colinas.Então, em uma tarde ensolarada, uma carta misteriosa chegou. O papel era simples, mas o selo era de uma cidade distante, que Elias nunca ouvira falar. Ao abrir a carta, reconheceu imediatamente a caligrafia da jovem viajante. Ela contava como, após deixar a cidade, encontrou seu lar em uma pequena aldeia à beira do mar. As palavras dela transbordavam gratidão e um convite: “Venha visitar, Elias. Aqui, onde o horizonte toca o oceano, sua bondade será sempre lembrada.”Elias hesitou. Ele nunca havia deixado sua cidade. Mas a ideia de conhecer novas paisagens e revisitar a jovem que tanto lhe tocara o coração o encheu de curiosidade. Pela primeira vez em anos, ele fechou sua oficina, colocou sua velha mochila nos ombros e partiu para uma jornada que ele nunca esperava viver. As colinas que antes pareciam seu limite agora eram apenas o começo de um novo capítulo.Com o coração leve, Elias seguiu