O cenário atual do endividamento no Brasil é alarmante. Dados recentes do Banco Central apontam que o nível de endividamento das famílias brasileiras atingiu um recorde, superando 52% da renda anual em 2023. Esse aumento é impulsionado, em parte, pela alta taxa básica de juros (Selic), que em agosto de 2023 estava em 13,25% ao ano. Essa taxa eleva os custos dos empréstimos, tornando o crédito mais caro e ampliando a carga das dívidas para as famílias e empresas.Ao comparar a taxa de juros do Brasil com as das dez maiores economias do mundo, observamos um contraste. A taxa de juros nos Estados Unidos, por exemplo, estava em 5,5% no mesmo período, refletindo uma postura monetária menos restritiva, mesmo diante da inflação. Outras economias, como a da Zona do Euro, mantinham suas taxas em torno de 4,25%, enquanto o Japão permanecia com juros nulos, em torno de 0,1%, devido à sua política monetária ultrafrouxa.Essa cenário ilustra como o Brasil se posiciona de maneira desfavorável no contexto global, com uma taxa de juros que é aproximadamente três vezes maior do que a dos Estados Unidos e superior à da maioria dos países desenvolvidos. Economias como a da China (3,45%), Reino Unido (5,25%) e Canadá (5%) também apresentam taxas de juros consideravelmente mais baixas. A Índia, com uma taxa de 6,5%, e a Alemanha, com 4,5%, refletem uma realidade onde o custo do crédito é menos proibitivo do que no Brasil.