Meu nome é George Stinney Jr., e nasci em 1929, em Pinewood, na Carolina do Sul. Em março de 1944, aos 14 anos, minha vida tomou um rumo trágico que mudaria tudo para sempre: fui acusado de assassinar duas meninas, Betty June Binnicker e Mary Emma Thames, de 11 e 8 anos, respectivamente. O caso foi marcado por uma investigação questionável, um julgamento rápido e uma falta de evidências sólidas contra mim. Naquela época, o sistema judicial era profundamente injusto para pessoas negras como eu, e o preconceito racial desempenhou um papel significativo em minha condenação. O julgamento durou apenas algumas horas, e minha defesa foi inadequada. Não houve testemunhas em minha defesa, e as confissões que deram origem à minha condenação foram altamente questionáveis, obtidas após horas de interrogatório sem a presença de meus pais ou advogados. A única evidência apresentada foi a suposta confissão que eu teria feito à polícia, mas não havia registros escritos da confissão, e não fui autorizado a falar com meus pais durante o processo. Fui condenado à morte na cadeira elétrica, e a execução ocorreu apenas 83 dias após os crimes, sem a possibilidade de recurso. Minha família e eu enfrentamos uma enorme tragédia, com uma série de eventos que não poderíamos compreender completamente. Décadas depois, em 2014, o veredicto foi anulado por um tribunal na Carolina do Sul. Foi reconhecido que eu não tive um julgamento justo e que a evidência contra mim era insuficiente. A verdade sobre o que realmente aconteceu naquele trágico dia em 1944 permanece obscura, e a história de minha vida é um triste lembrete das injustiças que muitas pessoas enfrentaram no sistema judicial da época. Que a justiça seja feita, mesmo que tarde demais, para que outros não enfrentem o que eu enfrentei.