A experiência mais criativa e fecunda do Trovadorismo - e, portanto, dos primórdios da literatura portuguesa - encontra-se na poesia trovadoresca. De um lirismo estranho, quando comparados, por exemplo, à poesia moderna, os poemas dos trovadores podem parecer ultrapassados àqueles que fizerem uma leitura desatenta, superficial. Massaud Moisés diz bem quando salienta que a poesia trovadoresca exige do leitor de nossos dias um esforço de adaptação e um conhecimento adequado das condições históricas em que a mesma se desenvolveu, sob pena de tornar-se insensível à beleza e à pureza natural que marcam essa poesia”.As Cantigas trovadorescas é a denominação concedida aos textos poéticos da primeira época medieval e que fizeram parte do movimento literário do trovadorismo. Em geral, eram músicas cantadas em coro e, por isso, recebem o nome de cantigas.Elas eram uma maneira de se expressar na Idade média, no qual consiste em um trovador como o autor, e três formas de expressão, no qual são, cantigas de amor, amigo e mal-dizer(escárnio). Porém, vamos falar especificamente das cantigas de mal-dizer e escárnio.As cantigas de escárnio tem como objetivo zombar de maneira sutil e indireta, são cantigas sarcásticas e irônicas evitando citar o nome da pessoa-alvo da zombaria, já as cantigas de mal-dizer são uma sátira direta, de maneira grosseira e vulgar, chegando a citar o nome da pessoa-alvo da sátira.Como exemplo de uma cantiga de escárnio temos “Aí dona feia” que é bem famosa no mundo da literatura feita por João Garcia de Guilhade em 1485.Ai, dona feia, foste-vos queixar que nunca vos louvo em meu cantar;Mas agora quero fazer um cantarEm que vos louvarei de qualquer jeito;E vedes como quero vos louvar:Dona feia, velha e maluca!Ai, dona feia! Que Deus me perdoe!Pois tendes um grandíssimo desejoDe que eu vos louve, por esta razãoQuero vos louvar já de qualquer jeito;