O inverno chegou, trazendo consigo neve e noites mais longas. Sophia e Gabriel continuavam a se encontrar no Café das Palavras, mas agora havia um silêncio entre eles. As cartas diminuíram, e as palavras pareciam insuficientes para expressar o que sentiam. O amor que florescia através das páginas agora enfrentava o teste do frio real.Sophia se perguntava se Gabriel ainda a amava. Ele passava horas olhando pela janela, como se buscasse respostas nas estrelas. Ela sentia o peso das palavras não ditas, os segredos que ele guardava. E Gabriel, por sua vez, se questionava se Sophia estava pronta para enfrentar os fantasmas de seu passado.Um dia, Sophia encontrou um diário esquecido em uma das prateleiras da cafeteria. A capa de couro estava gasta, e as páginas amareladas pareciam conter histórias antigas. Ela o abriu e leu as palavras escritas com tinta desbotada. Eram cartas de amor, declarações apaixonadas, confissões de um homem que havia perdido alguém.Sophia reconheceu a caligrafia. Era a mesma do escritor das cartas. Gabriel. Ela folheou o diário, lendo sobre o amor que ele havia vivido e perdido. As lágrimas em suas palavras eram como gotas de café derramadas sobre o papel. Ela percebeu que ele não estava apenas escrevendo para ela; ele estava escrevendo para alguém que já não estava mais aqui.