Após alguns dias refletindo sobre sua situação, Jorge decidiu que era hora de agir. Sempre que tentava algo errado, acabava dando certo - agora era a chance de inverter isso.Convocou uma reunião com os outros líderes do projeto médico. Lá, propôs ideias que sabia serem arriscadas demais: mudar todos os protocolos de segurança, recrutar pacientes sem os devidos exames, acelerar o cronograma de testes.Como esperado, os colegas rejeitaram todas as sugestões. Porém, Jorge não desistiu. Na semana seguinte, resolveu burlar algumas normas durante a aplicação de um novo medicamento. Reduziu a dose em quase metade, trocou os frascos de lugar...Para sua surpresa, nada deu errado. Os sintomas dos pacientes melhoraram e nenhum efeito colateral apareceu. Era como se seu dom de nunca conseguir errar o estivesse protegendo novamente.Mas dessa vez foi diferente. Em seu subconsciente, Jorge desejava que desse errado, com toda sua força de vontade. Queria provar para si mesmo que era capaz de falhar, que não era uma habilidade imbatível.No dia seguinte, durante a monitoração dos pacientes, acontecimentos inesperados começaram a ocorrer. Dois apresentaram febre alta e náuseas severas. Em um deles, o quadro se agravou rapidamente, precisando ser internado na UTI.Seria aquele o erro que Jorge tanto buscava? Pela primeira vez, suas ações não haviam tido resultados ideais. Ao mesmo tempo, colocara vidas em risco. Teria ido longe demais na tentativa de provar seu ponto?