Certas coisas que lemos, vivenciamos, são arquivadas em nossa mente subjetiva e passa a ser nossa forma de pensar e ver as coisas.A título de exemplo foi uma crônica que li ainda no início de meus estudos básicos chamado “O Velho Rábula” que descreve a intolerância da família pelo pai idoso e dependente.Completos meus 76 anos de existência e uma história que faria Gabriel Garcia Marques em suas 448 páginas em “100 Anos de Solidão, parecer revistinha de cordel. E ainda com minha mente com razoável funcionalidade, faço uso de minhas cognições em psicologia, linguagem corporal, para ainda fazer uso da lógica e bom senso para perceber o oculto entre as palavras que me são dirigidas. Apenas vejo, analiso ações evitando o máximo de especulações e comentários.Esta semana quebrei minha segunda xícara de tomar cafezinho e me veio a mente que ao Velho Rábula lhe eram dado pratos feitos de barro por serem mais baratos. - Será que em breve passarei a ser servido em pratos de plástico?Acredito que raríssimas pessoas me ouvir dizer que estou com medo. Mas confesso que passei a ficar temeroso com relação a tudo quando perdi firmeza ao andar e sentir as mãos trêmulas.O receio de perder meu potencial mental me força a exercitar a mente aprendendo e usando os mais complexos programas de edição de vídeos e mais recentemente a Inteligência Artificial e não me tornar não tão obsoleto. Meus planos de comprar um motorhome, não era pensando em fazer de meus restos de dias um patético reality show para monetizar no youtube, mas sim ir a lugares que me despertassem curiosidade para passar algumas semanas. Imaginava ter a sensação de viver sem ter a impressão de apenas estar vivo e com a boca sem dentes a espera da morte chegar, como disse Raul Seixas.No fundo eu sabia que findaria meus dias aos cuidados de terceiros e desprezado pela família que me restou.